17 julho 2019

VIAGEM DE ESTUDOS 2019/1 – URUGUAI



A viagem de estudos semestral é uma tradição no Curso de Arquitetura e Urbanismo da ULBRA campus Torres que, neste semestre de 2019/1, levou ao Uruguai um grupo de 25 alunos acompanhados pelos professores Anallu Barbosa, Efreu Quintana, Marcos Bueno e Renata Matos.
O grupo partiu de Torres, no dia 23 de maio para passar um período de uma semana conhecendo a arquitetura, urbanismo e paisagens do país vizinho. Formando um quadro abrangente da história e da cultura arquitetônica, o roteiro incluiu as cidades de Punta del Este, Montevideo e Colonia del Sacramento, além de alguns exemplares arquitetônicos isolados, nas localidades de Rocha, Atlántida e Soca.
A primeira parada, logo após o ingresso no Uruguai, foi na Fortaleza de Santa Teresa. Trata-se de uma fortificação que fazia parte da chamada linha de castillos grandes, no limite entre as terras de Portugal e Espanha. Sua construção foi iniciada pela Coroa Portuguesa, em 1762, passando em seguida para o domínio espanhol, e alternando de mãos, primeiro entre Portugal e Espanha, e depois entre Brasil e Argentina, com os sucessivos tratados e conflitos até a independência do Uruguai em 1928. É uma típica construção militar da época posterior ao renascimento, caracterizada por terraplenos e muralhas baixas e largas construídas em pedra, para suportar as cargas de artilharia e baluartes avançados para vigia e posicionamento dos canhões.
No início da tarde o grupo já se encontra na cidade de Punta del Este e desloca-se até Punta Ballena para conhecer a Casapueblo, icônica construção realizada num estilo único ao longo de décadas pelo artista plástico Carlos Paez Vilaró. O edifício abriga a casa da família de Vilaró, um hotel e um museu dedicado à obra do artista. Após a visita ao museu o grupo assistiu ao por do sol nos terraços da Casapueblo, momento em que se ouve nos autofalantes da Casapueblo a declamação de uma poesia dedicada ao sol na voz de Vilaró.
Na manhã do sábado, dia 25 de maio, o passeio foi em dois balneários próximos: Manantiales e José Ignacio. Em Manantiales, visitou-se o Conjunto Terrazas de Manantiales, um condomínio à beira-mar, projetado em 1978 pelos arquitetos argentinos Justo Solsona, Flora Manteola, Javier Gómez e Josefina Santos, junto com o arquiteto uruguaio Rafael Viñoly.
Já em José Ignacio, a experiencia foi a de caminhar à beira-mar e ver a urbanização e a implantação característica das edificações nas pequenas praias uruguaias, ruas e caminhos com pouca área pavimentada e muito respeito ao ambiente natural. Na praia de José Ignácio o grupo pode conhecer a casa La Roca, famoso projeto do arquiteto chileno Mathías Klotz.
De volta à Punta del Este: almoço e percurso a pé pelo centro do famoso balneário, com a indispensável parada para fotos junto ao monumento Los Dedos, do artista Mario Irrazábal. À tarde visitaram-se duas Casas Rifa. As casas de Arquitetura Rifa são sempre produto de concursos de arquitetura em que participam estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidad de la Republica del Uruguay, acompanhados de um arquiteto orientador. O concurso existe desde os anos 1950 e tem como finalidade financiar a viagem de estudos de volta ao mundo que os estudantes de arquitetura uruguaios fazem a partir do terceiro ano de curso. O projeto vencedor do concurso, a cada ano, é construído e a casa é rifada para angariar fundos para a viagem. A rifa da arquitetura é uma tradição e a comunidade uruguaia sempre participa adquirindo números do sorteio.  Nesta ocasião foram visitadas duas casas: a Casa Rifa 2012, de autoria de Leandro Villalba, Nicolás Rudolph, Omar Vila, Joaquín López, Pablo Canén, Patrick Apolant, Sebastián Martinez, em colaboração com Santiago Pons e Alma Varelav, concluída em 2014. E a Casa Rifa 1999, projetada por Federico Mirabal, Fernando Silva, Marcelo Bednarik, Martín Cobas e Mateo Juanche, assessorados por Jorge Durán Martinez. 


No encerramento do dia, o grupo teve a oportunidade de conhecer o Museu Rali, que conta com um respeitável acervo de obras de artistas latino-americanos, além de uma exposição permanente de esculturas de Salvador Dalí. Nesta data ainda estava em cartaz uma exposição com desenhos feitos por Marc Chagall para os vitrais da Sinagoga do Hospital Universitário Hadassah Ein Kerem, em Jerusalém.

No domingo, logo de manhã, o grupo voltou para a estrada para ver duas singulares edificações religiosas. Na cidade de Soca, conheceu Capela erigida em homenagem à poetisa Susana Soca, única obra religiosa do arquiteto Catalão Antoni Bonet. Perto dali, em Atlántida, encontra-se um dos pontos altos da viagem, a Iglesia de Cristo Obrero, obra do engenheiro Eládio Dieste, realizada em 1952. Nessa, assim como em boa parte das suas obras, Dieste fez uso da tecnologia da cerâmica armada, que ele mesmo desenvolveu. Essa técnica possibilita construções econômicas e com grande eficiência estrutural, tendo como base o uso do tijolo para vencer vãos expressivos com grande economia de material, devido também ao uso das cascas e estruturas resistentes pela forma.


Depois de um percurso de mais de 200 quilômetros, o grupo chega em Colonia del Sacramento e se encontra com o guia local, Sr. Horácio, que acompanha alunos e professores num recorrido pelo centro histórico. Reconhecida pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, Colonia foi fundada em 1680 por portugueses que objetivavam controlar o acesso ao continente pelo Rio da Prata. O traçado urbano do centro histórico difere de todas as demais cidades uruguaias por não apresentar a quadrícula típica das cidades coloniais espanholas. A ocupação da península onde se localiza a cidade num ponto estratégico para o controle do trafego de mercadorias pelo Rio da Prata é marcada pela disputa entre as Coroas de Portugal e Espanha e sua arquitetura apresenta traços das técnicas construtivas e estilos arquitetônicos portugueses e espanhóis em um bem preservado conjunto com exemplares dos séculos XVII, XVIII e XIX. Entre outros pontos de interesse, se destacam os remanescentes da muralha e da porta da muralha sul, restaurados e reconstruídos em parte pelo arquiteto Miguel Ángel Odriozola, que também restaurou muitos dos edifícios do centro histórico, e é autor da adaptação do antigo Bastión del Carmem, que foi parte das fortificações da cidade, cujas estruturas remanescentes foram aproveitadas em uma construção fabril no século XIX, e foi convertido em centro cultural, em 1997, por Odriozola. No percurso, o grupo ainda conheceu a Iglesia del Santísimo Sacramento, edificada originalmente em 1680, reconstruída parcialmente por Tomás Toríbio no início do século XIX e restaurada por Odriozola em 1995.


De Colonia del Sacramento o grupo rumou para a capital uruguaia, Montevideo, onde na manhã de segunda-feira foi recebido no escritório de arquitetura MAPA, que tem sede em Montevideo e Porto Alegre. O arquiteto sócio do escritório Mauricio Lopez Franco muito gentilmente fez uma apresentação sobre sistema de trabalho da empresa nas suas duas sedes e apresentou alguns trabalhos recentes. O MAPA, além de ampla participação em concursos de arquitetura, se caracteriza por uma consistente investigação sobre as relações da arquitetura com a paisagem e no desenvolvimento de técnicas de pré-fabricação, o Minimod e as intervenções na área da vinícola Sacromonte são exemplos dessa produção.
Após a visita ao MAPA, Maurício acompanhou os estudantes em um tour pelo edifício onde se localiza o escritório uruguaio. O Edifício Panamericano, construído em 1964, é um ícone da arquitetura moderna no Uruguai, projeto do importante arquiteto Raul Sichero Bouret.

Depois de uma caminhada pela baía de Pocitos, as atividades da tarde foram guiadas pelo Arquiteto e professor Martín Pronczuk, que forma o escritório MASA junto com o arquiteto Santiago Saetone, ambos conhecidos dos alunos da ULBRA Torres, pois já ministraram palestra e coordenaram o Workshop Orla, em Torres. Martín acompanhou o grupo em visita à Facultad de Arquitectura, Diseño e Urbanismo da Univeridad de la República (FADU/UDELAR), onde apresentou o edifício projetado em 1946 por Román Fresnedo Siri. Também falou sobre o ensino de arquitetura no Uruguai e a organização do curso em diversos talleres,cada um comandado por um professor decano, e que nestes talleresa organização pedagógica é bastante peculiar, com integração entre as diversas disciplinas de projeto. 



O professor arquiteto Martín ainda acompanhou o grupo na Facultad de Ingenería, edifício brutalista projetado em 1936 por Julio Vilamajó, que recebeu, nos anos 1990 uma intervenção, na qual o arquiteto e ex-diretor da FADU Gustavo Scheps, inseriu uma série de passarelas e plataformas metálicas atirantadas na estrutura original de concreto, de modo a ampliar a área útil do edifício no interior de um pavilhão, então desativado. Martín também mostrou o aulário, um edifício novo também projetado por Scheps.


Antes de retornar ao hostel, fez-se uma parada no edifício da Intendência de Montevideo, projeto escolhido por concurso vencido por Mauricio Cravoto em 1930. Do mirador localizado no terraço do edifício é possível ter uma vista panorâmica da cidade, aproveitando a vista no local os professores do Curso de Arquitetura da ULBRA Torres deram uma aula sobre a arquitetura e o urbanismo de Montevideo. A partir dali a comitiva seguiu em um percurso a pé pela Avenida 18 de Júlio, a principal da cidade, passando por importantes prédio históricos e pelas praças de Cagancha, Fabini e Independência.
A terça-feira foi dia de conhecer o centro histórico de Montevideo, começando pela Praça Independência, e prédios do seu entorno como os famosos Palácio Salvo, e Edifício Ciudadela. Na Praça Independência está localizado o Mausoléu de José Artigas, herói da independência do Uruguai, construído em 1977 a partir de concurso ganho pelos arquitetos Lucas Ríos e Alejandro R. Morón. Sobre o mausoléu subterrâneo, ergue-se a estátua equestre de Artigas, do escultor italiano Angelo Zanelli. 
Ainda pela manhã realizou-se uma visita guiada ao Teatro Solis, imponente e tradicional teatro com palco italiano, projetado em estilo neoclássico por Carlo Zycchi e com alterações feitas pelo arquiteto Francisco De Garmendia, inaugurado em 1856.



Do teatro, seguiu-se o recorrido pela chamada Ciudad Vieja, um percurso a pé, passando por importantes prédios de diferentes épocas, como a Associação dos empregados bancários, CAF, Palácio ferrando, Club Uruguai, entre outros, e por espaços públicos significativos como as Praças Constituición, que era a antiga Plaza Mayor, como se chamavam as praças fundacionais das cidades coloniais espanholas, e a Praça Zabala, girada em relação à malha urbana, que era onde ficava a primeira fortificação militar. No almoço, no tradicional Mercado del Puerto, a oportunidade de conhecer a arquitetura em ferro importada da Inglaterra e vivenciar um pouco da cultura local degustando uma típica parilla uruguaia. Na continuação da caminhada pela Ciudad Vieja, uma visita ao terreno escolhido para o desenvolvimento da disciplina de Prática de Projetos II, neste semestre, o projeto a ser desenvolvido no PP2 é um conjunto de habitação de interesse social inserido em contextos urbanos de áreas centrais, não sendo por acaso a escolha de um terreno em Montevideo. Ainda nessa tarde fez-se uma visita ao Cabildo de Montevideo, Cabildo são os edifícios administrativos das cidades coloniais espanholas, equivalente às Casas de Câmara e Cadeia portuguesas. Depois foi dado um tempo para passeios livres e compras de souvenires. 
Marcou o final deste dia a oportunidade de ir ao Museu Nacional de Artes Visuales, onde ocorria a mostra Picasso en Uruguai, com pinturas, desenhos e esculturas das diferentes fases da carreira de Pablo Picasso. 

No último dia em terras uruguaias, a delegação da ULBRA Torres foi especialmente recebida na Casa Museu Vilamajó. Casa construída em 1930 por Juan Vilamajó para ser sua moradia e que hoje é um museu, mantido pela Faculdade de Arquitetura, que conta a história da casa e com ela um pouco da história da arquitetura moderna no Uruguai e da vida e carreira do arquiteto.

A segunda visita do dia foi um passeio guiado pelo Palácio Legislativo, monumental edifício neoclássico construído entre 1902 e 1925, que coroa a perspectiva da Av. del Libertador e abriga as duas casas legislativas nacionais, a Câmara dos Deputados e o Senado. Na visita o grupo aprendeu sobre o sistema de governo uruguaio enquanto conhecia os salões nobres e as salas dos plenários do parlamento.
Do palácio legislativo seguiu-se até o Mercado Agrícola de Montevideo, uma edificação em estrutura de aço do início do século XX, que foi recentemente restaurada e adequada para o funcionamento de um moderno mercado de produtos locais.  Foi mais uma oportunidade de almoçar a culinária tradicional e adquirir souvenires de viagem, antes de iniciar o caminho de volta.
Saindo do mercado agrícola, já no percurso de volta para o Brasil, a última parada foi novamente nos arredores de Punta del Este para conhecer a arquitetura contemporânea do arquiteto brasileiro Isay Weinfeld, que projetou os 32 bangalôs do complexo no ano de 2010 e do escritório uruguaio Obra Prima, responsável pela ampliação e construção do edifício da Locanda Las Piedras, em 2016, no Hotel Fasano Las Piedras. No hotel o grupo foi cordialmente recebido e guiado em visita às diversas instalações do complexo, que, com suas formas abstratas e puras se inserem respeitosamente numa elevação rochosa na paisagem natural do pampa uruguaio.


Finalmente, o retorno à Torres, trazendo na bagagem um pouco da cultura uruguaia e a memória, fotos e desenhos da arquitetura e dos lugares visitados. Viagens como essa, que propiciam a vivência e a fruição in loco dos ambientes arquitetônicos, são uma experiência fundamentais para a formação do arquiteto e urbanista, que deve adquirir certa vivência do mundo. Esta iniciativa, junto com outras tantas ações que congregam os professores e alunos, contribui para o reforço de um sentimento de pertencimento e valorização e ajuda a manter este curso de excelência, avaliado pelo MEC como o melhor entre as instituições privadas do Estado.
O curso de Arquitetura agradece aos alunos interessados e participativos que fizeram essa viagem e aos professores organizadores Efreu Quintana e Renata Matos, aos professores Anallu Barbosa e Marcos Bueno que acompanharam o grupo, ministraram aulas e ajudaram a guiar a comitiva nas visitas e percursos. Agradece em especial a todas as pessoas, instituições que tão cordialmente receberam o grupo de alunos e professores da ULBRA Campus Torres.

11 janeiro 2019

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA ULBRA TORRES FECHA O ANO COM A SEMANA ACADÊMICA ARQULBRA 2018

Em comemoração aos 20 anos do curso de Arquitetura e Urbanismo Ulbra Torres, ocorreu no campus a semana acadêmica ArqUlbra 2018, nos dias 20, 21 e 22 de novembro. Contando com a presença de todos os alunos do curso, os principais eventos tiveram, ainda, a participação de diversos egressos do curso e membros da comunidade.
As atividades tiveram início na noite de 20 de novembro, com a palestra do arquiteto e urbanista Paulo Henrique Rodrigues, sócio-diretor da Stemmer Rodrigues Arquitetos e da construtora Stemmer. Paulo é, também, presidente da AsBEA-RS desde 2015. Em conversa franca, o arquiteto mostrou diversas obras com alta qualidade arquitetônica do seu escritório, contou a história da empresa de mais de 30 anos de existência e ainda permitiu à plateia a possibilidade de fazer perguntas. Ao fim da palestra, o arquiteto chamou a todos para o palco a fim de registrar o momento.

Na ocasião da abertura do ArqUlbra, com a presença do diretor do campus Prof. Daniel Pereira Cardoso de Brum e a coordenadora acadêmica, Prof. Edinara Silveira Zambrano, foi apresentada pela coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Prof. Arq. Me. Thaís Menna Barreto, a nova marca do curso, elaborada por ela em conjunto com os professores Enilton Braga, Efreu Quintana, Renata Matos e Karla Barros Coelho.


A nova identidade parte do legado da programação visual do curso, evoluindo, desde a marca anterior, a tradicional geodésica, desenvolvendo-se em um icosaedro, que é um poliedro regular de vinte lados iguais onde cada lado é representado por um triangulo equilátero. O icosaedro é o ultimo dos sólidos platônicos. A nova marca foi lançada, também, em camisetas e canecas, que se encontram disponíveis para aquisição na secretaria do curso.
Um especial workshop de projetos foi ministrado com os alunos, divididos em duas equipes. Dois profissionais do escritório 0E1 Arquitetos foram os responsáveis por esta atividade. A Arq. Me. Ana Cristina Castagna e o Arq. Me. Mario Guidoux orientaram os alunos no projeto de um masterplan de requalificação urbana da região da Lagoa do Violão, importante local da cidade de Torres. Os resultados da oficina podem ser conferidos em www.instagram.com/re.vigorar e https://www.instagram.com/elipsearquitetura/. 
Diversas oficinas foram realizadas nas dependências da Ulbra Torres com diferentes temáticas, servindo como complementares à formação dos alunos. Com grande adesão dos alunos, foi uma ótima oportunidade para ampliar conceitualmente seus conhecimentos.
A oficina de fotografia foi ministrada pela egressa do curso, arquiteta e urbanista Eloísa Hamanaka Brun, que explicou aos participantes todo o funcionamento mecânico e funcional da câmera fotográfica, bem como regras de composição e efeitos de aberturas do diafragma e tempo do obturador. A Prof. Thaís Menna Barreto fez uma breve mas abrangente apresentação sobre a história da fotografia, explorada em sua dissertação de mestrado no Propur/UFRGS. A oficina contou ainda com a participação especial da arquiteta e urbanista Suzanne Neumann Coimbra Mabilde. Formada na Uniritter, ela apresentou seu trabalho como fotógrafa, abrindo a exposição que foi feita no saguão da universidade.


As professoras do curso Anallu Barbosa e Graziella Radavelli ministraram oficina de blocos de concreto, onde os alunos puderam experimentar uma pequena composição cúbica, em formato 10cm, em concreto. Os alunos projetaram suas composições, montando as fôrmas em MDF, fazendo o traço do concreto e o aplicando logo em seguida.


Os alunos tiveram, ainda, a oportunidade inédita de fazer uma Viagem de Estudos a Torres. A bordo do tradicional Dindinho de Torres, um ônibus adaptado ao turismo, totalmente aberto, os alunos puderam visitar os principais pontos da cidade. Juntamente com os professores Marcos Bueno, Marta Volkmer e Breno Clezar Júnior, em um dia ensolarado, os estudantes tiveram a oportunidade de apreciar e fotografar as belas paisagens torrenses.
O Prof. Efreu Quintana ministrou curso de croquis arquitetônicos ao ar livre. Levando os alunos a campo, o principal alvo dos desenhos dos alunos foi a Igreja de São Domingos, inaugurada em 25 de outubro de 1824. Patrimônio de Torres, a igreja é tombada por órgão estadual de patrimônio histórico, artístico e cultural.
O novo símbolo do curso, o icosaedro foi o tema de oficina ministrada pelo Prof. Enilton Braga. Na oficina, uma série de icosaedros de diferentes materialidades e dimensões foram confeccionados, chegando até a composição de luminárias no formato do sólido platônico. Os alunos puderam assimilar a forma geométrica por meio da montagem de um modelo planificado em papel e, após, montar os modelos recortados em impressoras a laser, em MDF cru, e fazer a instalação elétrica.


A segunda palestra do ArqUlbra 2018, no dia 21 de novembro, foi proferida pelo escritório 0E1 Arquitetos, de Porto Alegre que conta, no quadro de sócios, com a participação da ex-professora da Ulbra Torres Ana Cristina Castagna. Na palestra, a arquiteta e o sócio Mario Guidoux explicaram sobre o funcionamento do escritório, como gerenciam seus clientes e, em seguida, apresentaram competentes projetos que seu escritório vem desenvolvendo.

No último dia, 22 de novembro, ocorreu o fechamento especial do ArqUlbra 2018. O clássico Choripan do curso, organizado pelo CEA, foi o ponto de encontro de todos os alunos do curso com egressos e com os professores.
O saldo do ArqUlbra 2018 foi muito positivo. Foi com muita alegria que todos os participantes puderam exercer suas atividades no campus da Ulbra Torres. Esperamos que os próximos eventos tenham tamanha adesão de egressos, alunos e professores como teve este evento. Foi um belo fechamento para o ano de 2018, ano em que foi divulgada a nota 4 no Enade do curso de Arquitetura e Urbanismo, sendo a melhor nota entre as faculdades privadas do estado do Rio Grande do Sul, e a quinta melhor nota no geral, atrás apenas das universidades federais. O curso ficou, ainda em terceiro lugar no CPC, aferido pelo MEC, no estado, e em segundo lugar no IDD.

21 dezembro 2018

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA ULBRA TORRES É O 3° MELHOR CURSO DO RS SEGUNDO O MEC

O Curso de Arquitetura e Urbanismo da ULBRA Torres obteve o 3° lugar no RS em avaliação de qualidade aferida pelo Ministério de Educação, através do CPC (Conceito Preliminar de Curso), ficando atrás somente dos cursos da UFRGS e UFSM. Quando a análise é feita através do IDD, também aferido pelo MEC, o curso ocupa o 2° lugar no RS.

O CPC é o indicador de avaliação da educação superior realizado através de critérios objetivos de qualidade e excelência dos cursos pelo MEC. O indicador é composto por diferentes variáveis que traduzem resultados da avaliação de desempenho de estudantes, infraestrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente.
O IDD é um indicador de qualidade que mede o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes.
O Curso de Arquitetura e Urbanismo da ULBRA Torres vem obtendo excelentes resultados em avaliações oficiais do Ministério da Educação. No último ENADE obteve nota 4, em escala de 1 a 5, quando ficou classificado como o melhor curso de instituição privada do Rio Grande do Sul. Na mesma oportunidade, o curso obteve o 5° lugar geral no Estado, ficando atrás somente das Universidades Federais.
Este é um reconhecimento do trabalho realizado pelo time Arquitetura e Urbanismo ULBRA Torres, composto pelo grupo de alunos e professores, colaboradores, coordenação, direção e reitoria. Nesta oportunidade, em que ficou demonstrado através de números a dedicação com que o ensino e aprendizagem de arquitetura e urbanismo são tratados aqui na ULBRA de Torres, é com satisfação que a coordenação do curso parabeniza e agradece a todos envolvidos.

04 dezembro 2018

ALUNO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA ULBRA TORRES GANHA MENÇÃO HONROSA EM CONCURSO NACIONAL PARA ESTUDANTES

Os alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo João Pedro dos Santos de Vargas e Luiz Fernando Pereira da Silva Júnior participaram de concurso nacional destinado a estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo. Intitulado Concurso de Ideias Habitação Social no Centro, foi realizado como celebração dos 10 anos do portal e revista concursosdeprojeto.org e contou com a inscrição de 49 projetos de estudantes de faculdades de todo o Brasil. Avaliados por uma comissão julgadora composta por nove profissionais de destaque no cenário nacional, incluindo representantes do escritório MMBB, de São Paulo, e Estudio 41, de Curitiba, os alunos destacaram-se entre os participantes.
Prancha 1, João Pedro
Prancha 2, João Pedro
O aluno João Pedro recebeu Menção Honrosa por seu projeto Vitalidade de Áreas Urbanas. Sucinta mas precisa, a banca destacou como interessante a costura que o aluno fez por meio de aberturas de galerias, citando ainda que o projeto está tecnicamente bem resolvido. Não somente isto, o projeto destaca-se por estar muito bem graficado, com excelentes diagramas explicativos e uma competente renderização.
Prancha 3, João Pedro
Prancha 4, João Pedro
Os projetos foram totalmente desenvolvidos dentro da disciplina de Prática de Projetos II, ministrada pelo Prof. Arq. Me. Efreu Brignol Quintana. Por terem a mesma temática do concurso, habitação de interesse social em áreas  centrais, os alunos foram incentivados pelo orientador a enviarem suas propostas, o que aumenta ainda mais o mérito do reconhecimento obtido, uma vez que não foram desenvolvidos especialmente para este certame. Ambos os projetos têm em comum a estratégia de produzir espaços públicos de qualidade junto à unidade habitacional, resolvendo muito bem o problema da inserção da nova edificação em um contexto consolidado. Estão bem resolvidos, sob o ponto de vista funcional, e as boas soluções técnicas são corretas e bem representadas. Qualidades que, certamente, foram valorizadas pelo júri. A qualidade visual é marcante em ambos os projetos, que têm como cenário um completo terreno, com duas frentes e cinco metros de desnível, situado na cidade de Porto Alegre/RS.
Prancha 1, Luiz Fernando
Prancha 2, Luiz Fernando
O aluno Luiz Fernando, apresentando o projeto sob número 29, classificou-se entre os 19 finalistas. Para o orientador Prof. Efreu, "o projeto apresenta uma solução inteligente ao articular uma passagem de pedestres, tratando o térreo como área pública de convívio e circulação. Esta passagem é marcada por um volume elevado que equaciona a difícil inserção no contexto variado e histórico do centro de Porto Alegre. Dispõe os blocos residenciais ao longo das empenas existentes nos limites do terreno, conseguindo uma boa insolação em todas as unidades de moradia".
Prancha 3, Luiz Fernando
Prancha 4, Luiz Fernando
Confira as pranchas completas em https://concursosdeideias.org. Confira o projeto de João Pedro em https://concursosdeideias.org/sobre/resultado/ (Projeto 38) e de Luiz Fernando em https://concursosdeideias.org/sobre/projetos-participantes/ (Projeto 29). Siga o Facebook oficial do curso, www.fb.com/arquiteturaulbratorres e o Instagram oficial do curso www.instagram.com/arquiteturaulbratorres/.
O curso de Arquitetura e Urbanismo Ulbra Torres parabeniza os alunos, que obtiveram um ótimo resultado no concurso, e o Prof. Efreu Quintana, que os orientou. Reconhecimentos nacionais, juntamente com a atual nota 4 no ENADE 2017 (numa escala de 1 a 5), são os frutos colhidos de anos de intenso trabalho na qualificação do curso, que já vem firmemente se destacando no cenário regional e nacional.

29 novembro 2018

VIAGEM DE ESTUDOS 2018/2 – SÃO PAULO

Neste semestre de 2018/2, em sua tradicional viagem de estudos, o Curso de Arquitetura e Urbanismo da ULBRA Torres visitou a cidade de São Paulo. Nas viagens de estudos, formatadas como cursos de extensão, os acadêmicos aprendem sobre os aspectos históricos, urbanísticos e arquitetônicos da cidade visitada. Com a realização de aula preparatória antes da partida, os conteúdos abordados são, ao longo da viagem, experienciados in loco, gerando a oportunidade de vivenciar a rotina e cultura da cidade ao mesmo tempo em que se aprende sobre ela.
São Paulo foi fundada por Jesuítas em 1554, logo se convertendo em importante centro comercial e econômico, na medida em que o interior do Brasil foi sendo conquistado, tornando-se, hoje, uma das maiores e mais importantes cidades do mundo. São Paulo abriga, naturalmente, grande e expressiva produção arquitetônica com representativos exemplares de diversas épocas, como arquitetura colonial, trazida pelos Jesuítas, arquitetura vernacular local, representada pelas casas dos bandeirantes, grande produção eclética do final do século XIX e início do século XX e especial destaque para a arquitetura moderna e para a atual produção dos escritórios paulistas.
O grupo de 27 alunos, acompanhados dos professores Breno Clezar Júnior, Efreu Quintana, Marcos Bueno, Renata Matos e da coordenadora Thaís Menna Barreto, permaneceu em solo paulistano entre 16 e 20 de outubro, e percorreu um roteiro que contemplou diversos exemplares da arquitetura paulista, fundamentais para a formação de qualquer estudante de arquitetura no Brasil.
Logo na chegada, na manhã de terça-feira, dia 16 de outubro, o grupo iniciou sua jornada pela capital paulista na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). O edifício, projetado por Vilanova Artigas em 1961, é um marco arquitetônico da chamada escola paulista. Com seu grande átrio central e ateliês abertos, o prédio sintetiza o pensamento de Artigas sobre o próprio ensino da arquitetura. Ainda na USP, visitou-se a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, dos arquitetos Rodrigo Mindlin Loeb e Eduardo de Almeida. Inaugurada em 2013 para guardar o acervo do casal Guita e José Mindlin, a biblioteca é um interessante exemplar de arquitetura contemporânea.


Da Universidade, o grupo dirigiu-se à Casa do Bandeirante, um exemplar original do período do século XVII, e pôde, em seguida, conhecer a casa no Butantã, residência do Arquiteto Paulo Mendes da Rocha.


Na tarde do primeiro dia, o principal destino foi o MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, projeto icônico da Arquiteta Lina Bo Bardi, marco arquitetônico da Avenida Paulista. Uma caminhada por esta avenida levou o grupo até o Instituto Moreira Salles, projeto concluído em 2017, de autoria do renomado escritório Andrade Morettin Arquitetos.


À noite, a atividade foi na Universidade Mackenzie, onde a ULBRA Torres foi recebida para uma aula ministrada pelo Arquiteto e Urbanista Valter Caldana, que palestrou sobre a vida e os sistemas urbanos nas Megalópoles.
O segundo dia teve início no Edifício Copan, famoso condomínio residencial projetado por Oscar Niemeyer em 1954 e concluído em 1966, que abriga 1.160 apartamentos em seus 32 andares de planta sinuosa. Do alto do terraço descortina-se a vista panorâmica do centro da cidade.


A parada seguinte foi na Pinacoteca do Estado, antigo edifício do Liceu de Artes e Ofícios, construído no final do século XIX, pelo Arquiteto Ramos de Azevedo, e transformado em museu em 1989 pela equipe de Arquitetos liderada por Paulo Mendes da Rocha, junto com Eduardo Coloneli e Welinton Torres. Em frente à Pinacoteca situa-se a Estação da Luz, obra do final do século XIX, período da industrialização de São Paulo, que combina o edifício principal, eclético, de autoria de Charles Henry Driver, com uma grande cobertura de estrutura metálica, importada da Inglaterra, que cobre as plataformas de embarque.

Do centro para os jardins: a Galeria Luciana Brito funciona numa casa modernista, de 1957 projetada pelo Arquiteto Rino Levi. Lá, o grupo pôde experienciar, além das exposições artísticas, a espacialidade desta icônica casa-pátio. No Jardim Europa, em um terreno marcado por uma esquina em ângulo agudo e em desnível, Paulo Mendes da Rocha realiza, em 1989 o MuBe, Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia. No edifício, que se adapta à topografia conformando uma praça pública em sua cobertura, destaca-se a grande marquise, que vence um vão de 64 metros entre seus dois apoios, distinguível à distância. Sua materialidade em concreto aparente garante grande representatividade na arquitetura brutalista da chamada Escola Paulista.



A programação, à noite, foi a visita à Exposição Ocupação Paulo Mendes de Rocha, uma mostra de trabalhos do Arquiteto relacionados à temática da água, no Itaú Cultural, na Avenida Paulista. O grupo, dali, direcionou-se à Casa das Rosas, exemplar da arquitetura dos casarões em estilo eclético que compunham a paisagem da Avenida Paulista no início do século XX. Nesta casa, especificamente, viveu a família de Ramos de Azevedo. É, hoje, um espaço cultural dedicado à literatura e à memória de Haroldo de Campos. Foi possível, ainda, conhecer a Japan House, um centro de divulgação da cultura japonesa que funciona em um edifício adaptado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, em parceria com o escritório paulista FGMF.


A manhã de quinta-feira foi marcada pelas visitas a duas casas modernistas no bairro do Morumbi: primeiro, a Casa do Engenheiro Oscar Americano e, depois, a Casa de Vidro. A primeira, hoje aberta ao público como Fundação Maria Luísa e Oscar Americano, é projeto do Arquiteto Oswaldo Arthur Bratke, datado de 1953. A segunda, projeto de Lina Bo Bardi, era a residência da Arquiteta com seu marido Pietro Maria Bardi, e é, desde então, uma referência fundamental na história da arquitetura doméstica moderna brasileira.
O grupo fez, à tarde, um pequeno percurso a pé pelo centro da cidade e foi recebido no Theatro Municipal, obra de Ramos de Azevedo claramente inspirada na Ópera de Paris, de Charles Garnier. Depois da visita guiada pelo teatro, o grupo dirigiu-se ao novo SESC da rua 24 de Maio. Projeto recente e premiado em que o Arquiteto Paulo Mendes da Rocha, junto com o escritório MMBB, converteu o antigo prédio da loja de departamentos Mesbla em uma sede SESC. Com a abertura do térreo compondo uma praça e com o vazio central ocupado por quadras e salas maiores, o prédio conta, ainda, com uma piscina no terraço. Todos os espaços são interligados por uma circulação vertical configurada por rampas.



As visitas do dia terminaram no Parque Ibirapuera, local que contém um expressivo conjunto de pavilhões interligados por uma extensa e sinuosa marquise, projetos de Oscar Niemeyer, em 1954, para o quadricentenário da cidade. No parque, visitou-se o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, onde estava ocorrendo a exposição da 33ª Bienal de Arte de São Paulo.

O último dia começou com uma visita ao Conjunto Nacional, o primeiro grande edifício da Avenida Paulista, um complexo multifuncional em que se percebem as típicas linhas da escola carioca de arquitetura, projeto de 1952 do Arquiteto David Libeskind. 

No final da manhã, alunos e professores, foram brindados com uma recepção no Studio MK27, escritório do renomado arquiteto Marcio Kogan. O grupo foi recepcionado pelo Arquiteto-sócio do escritório, Carlos Costa, que explicou o sistema de trabalho, expôs alguns projetos e mostrou a sede. Ao final da visita, foi possível um encontro com Marcio Kogan, que generosamente mostrou seu espaço de trabalho e falou, brevemente, sobre seu processo de criação.


Saindo do Studio MK27, o grupo fez uma caminhada passando por exemplares modernos e contemporâneos, como o Edifício Guaimbê, de Paulo Mendes da Rocha, a Livraria da Vila e a Loja da Havaianas na Rua Oscar Freire, do arquiteto Isay Weinfeld, até chegar na loja Micasa, projeto do Studio MK27, que havia sido apresentado na visita ao escritório, momentos antes.


Como gran finale, a tarde de sexta-feira reservou uma visita guiada a todo o complexo do SESC Pompeia, uma das maiores obras da Arquiteta Lina Bo Bardi. A conversão de uma antiga fábrica de tambores em um centro cultural e esportivo, com o restauro dos pavilhões industriais para programas culturais, e a construção do anexo brutalista em concreto aparente, onde estão as quadras esportivas, garantem a este edifício destaque internacional.

Um passeio e jantar de confraternização na Vila Madalena coroaram o belo encerramento de mais uma proveitosa e produtiva viagem de estudos.
O Curso de Arquitetura e Urbanismo agradece aos professores que participaram e organizaram o curso viagem de estudos a São Paulo, agradece ao professor Enilton Braga, que agendou a visita ao Studio MK27, e a todas as pessoas e instituições que tão bem receberam a comitiva da ULBRA Torres na cidade de São Paulo. Agradece, especialmente, aos alunos muito interessados e ótimos companheiros de viagem, e reforça a importância das viagens de estudo como complemento necessário à formação dos jovens arquitetos e urbanistas, que podem vivenciar in locoos conteúdos de aula. São iniciativas como esta que contribuem para fazer deste um curso de excelência, avaliado entre os melhores do país.